Material de aula
Aula do dia 27/09
"A política corrompe"
"Os políticos são todos iguais"
Quantas vezes você já ouviu ou falou frases como essas?
Ao mesmo tempo, muitas vezes ouvimos expressões como: "você não foi muito político" ou "vou precisar ser mais político". Nesse caso, qual o sentido do termo?
Existem sentidos diferentes tanto para a palavra político quanto para política? Quais seriam?
E em políticas públicas, você já ouviu falar, sabe citar exemplos?
Ler os textos do caderno do aluno (11,12,13e16) e mais leitura complementar.
Leitura Complementar:
Introdução ao pensamento político
Atualmente, quase sempre empregamos a palavra política num sentido muito restrito, como referência a um quadro institucional do qual fazem parte o Estado, os partidos políticos, as eleições, os políticos.
Na Grécia antiga, onde se desenvolveu pela primeira vez a Filosofia política, a situação era diferente: na pólis, a prática política era cotidiana, e todos os cidadãos se viam envolvidos nos assuntos que eram de interesse comum. Atualmente, o esvaziamento da participação dos cidadãos ocorre na exata medida em que há a tendência de restringir a política ao quadro institucional. Nossa participação na política costuma ser mínima: periodicamente, votamos nas eleições. O resultado dessa situação se faz sentir: se o quadro institucional apresenta problemas (corrupção e autoritarismo, por exemplo) conclui-se que a atividade política é um “mal necessário”.
A política sempre esteve no centro da especulação filosófica, na medida em que está imbricada, por exemplo, em questões éticas. Vamos examinar a forma como esse tema foi entendido ao longo da História, tendo em vista a ideia de que não se deve “abrir mão” da política, mas, sim, pensá-la como parte integrante da existência do indivíduo e de suas escolhas éticas.
Aristóteles
Na Grécia antiga, Aristóteles e Platão se dedicaram à formulação de um pensamento político. Aristóteles dizia que todas as coisas têm uma finalidade, e a política não é uma exceção. Para ele, sua finalidade é proporcionar ao mesmo tempo justiça e felicidade, sendo, portanto, um prolongamento da ética.
A justiça resulta de atos voluntários, ou seja, depende da consciência do indivíduo. Uma cidade habitada por pessoas justas (capazes de realizar atos justos) será uma cidade onde prevalecerá a justiça. Dessa forma, a qualidade das leis da pólis depende das qualidades morais dos cidadãos.
Aristóteles afirmou que é da natureza humana viver em sociedade e, numa de suas passagens mais famosas, que “o homem é um animal político”. Dessa forma, a pólis existe por natureza. Nela os homens estabelecem suas relações de amizade. A justiça é vista como inseparável da amizade, que ocorre quando os homens se desejam o bem mutuamente, de maneira espontânea e sem visar à obtenção de vantagens. Ou seja, a amizade se funda no desinteresse.
Disse Aristóteles: “sem amigos, ninguém escolheria viver” (Ética a Nicômaco).
O homem aspira à autonomia e à autossuficiência, que seriam alcançadas por meio da vida virtuosa. Porém, o único ser autônomo e autossuficiente é o primeiro motor, é Deus. Os homens podem, no máximo, tentar se aproximar da divindade, o que seria possível na amizade. Uma vez que amigos se ajudam mutuamente e sem interesses, forma-se um conjunto mais completo do que é cada indivíduo isolado. A amizade aproxima os homens da unidade, podendo ser considerada um atributo divino que possuímos. Nesse sentido, a pólis expressa politicamente a ordem natural do universo (Kosmos). As diversas formas de governo, conforme analisadas por Aristóteles, devem refletir o interesse pelo bem comum, que pode ser alcançado pelo governo de um só (monarquia), de um grupo (aristocracia) ou do povo (democracia). Porém, cada uma dessas formas pode sofrer um desvio, não cumprindo sua finalidade e transformando-se, respectivamente, em: tirania, oligarquia e demagogia.
Aula do dia 13/09
Correção e comentários sobre a avaliação paralela.
Aula do dia 30/08
Avaliação Paralela - conteúdo da aula anterior: O Homem como ser de Linguagem
Aula do dia 23/08
O Homem como ser de Linguagem - texto na lousa
Aula do dia 16/08
Dia do SARESP - Não teve aula
Aula do dia 09/08
Professora ausente
Aula do dia 02/08
A linguagem e a língua são características que indentificam a espécie humana. A língua é também condição para a elaboração do discurso filosófico.
Aula do dia 26/07
Não teve aula - alunos não compareceram.
Aula do dia 21/06
Revisão para a prova
Completando resumo que dei em sala:
_ A filosofia está presente em todas as dimensões da vida humana, mesmo que não tenhamos consciência disso.
- Gramsci quer combater e destruir o preconceito de que a Filosofia é uma atividade muito difícil e restrita a uma minoria; pois todas as pessoas são potencialmente capazes de avançar de um "filosofar" espontaneo, assistemático, para um filosofar mais elaborado e rigoroso, semelhante ao praticado pelo filósofo especialista.
- Senso comum é diferente de bom senso.
Aula do dia 14/06
Período Clássico: Sócrates e os Sofistas
Texto colocado na lousa.
Aula do dia 07/06
Atividade em sala
Aula do dia 31/05
Período Clássico do séc V ao séc III a.C.
Texto colocado no quadro
Aula do dia 24/05
CONSELHO DE CLASSE
Aula do dia 17/05
Sistematizando aulas anteriores:
Tradicionalmente chamamos de filósofos Pré-socráticos àqueles pensadores anteriores a Sócrates (séc.IV a.C.). Mas muito mais do que a época em que viveram, é o tema sobre o qual se debruçam que determina o que é a filosofia pré-socrática. Os pré-socráticos tinham uma preocupação com a natureza e com a busca por aquilo que as coisas são de fato. Por isso também são conhecidos como filósofos da natureza.
Sócrates e o Sofistas inauguram um novo período na história da Filosofia em que a reflexão filosófica se desloca da cosmologia e da física (princípio que dá origem a todas as coisas)para as questões relativas à vida concreta na cidade (pólis), isto é, à política, à ética, ao conhecimento.
Aula do dia 10/05
Video: Filosofia para o Dia A Dia
Tema: Epicuro e a Felicidade
A felicidade está nas coisas simples. Basta se perguntar: o que é essencial na vida?
Epicuro - século III a.C. - fundou sua escola em Atenas.
Aula do dia 03/05
Atividade em sala de aula:
Para Tales de Mileto, o princípio de tudo - o elemento primordial (Arché) era a água.
Para você qual é o princípio primordial, qual a origem do universo e de todas as coisas?
(mínimo 5 linhas)
Leitura complementar: História da Filosofia
Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.)
Anaximandro aponta como princípio fundamental de todas as coisas o “infinito”, o “ilimitado” a natureza total que ele chamava de ápeiron. Diferentemente de Tales, Anaximandro não aponta algo concreto como arqué, mas abstrai da totalidade da natureza (ápeiron) um elemento único e presente em tudo. As coisas individuais teriam emergido dessa natureza grandiosa, infinita e indeterminada (porque una). Segundo o filosofar de Anaximandro, o ápeiron é o elemento primordial de tudo e o tempo faz com que todas as coisas individuais retornem ao todo uno e indeterminado, ao ápeiron.
Anaxímenes de Mileto (585-528 a.C.)
Anaxímenes foi discípulo de Anaximandro. Procurando uma determinação mais concreta do ápeiron de seu mestre, ele afirma que o princípio comum a todas as coisas é o ar. Partindo do ar todas as coisas foram feitas. Tudo é feito de ar. Conforme o ar se tornou mais condensado ou rarefeito as coisas foram surgindo. Tudo é ar em diferentes graus de densidade.
Parmênides de Eleia (cerca de 540 a.C.-460 a.C)
Parmênides é sem dúvida o filósofo mais importante de todos os pré-socráticos. Muitos estudiosos afirmam que a filosofia nasceu com Tales, mas só tomou corpo com Parmênides.
Na busca pelo fundamento de todas as coisas, procurando o elemento primordial de tudo, Parmênides faz uma descoberta sensacional: o ser. Diante das coisas, os sentidos humanos revelam uma grande diversidade de cores, formas, dimensões, etc., os sentidos também revelam que tudo está em constante mudança e variação. A variação e a multiplicidade formam justamente aquilo que assombra o homem grego e o obriga a filosofar à procura da identidade da realidade, em busca do que é a realidade escondida na diversidade e na mudança. Enquanto os jônios se detiveram na procura pelo que é o elemento fundamental nos seres, Parmênides traçou um outro caminho. Ele procurava abstrair, desligar-se dos sentidos e fazer uso apenas da reflexão, da mente, do pensamento. Pondo-se a pensar sobre os seres, ele se defrontava com o ser. As coisas são brancas, pretas, verdes, altas, baixas…, mas o que elas são antes de serem tudo isso? O que resta de um objeto se eu abstrair dele a cor, a forma, as dimensões? O que é um objeto antes de ser desta ou daquela cor ou ter este ou aquele formato? Parmênides conclui que antes de ser qualquer coisa as coisas são, simplesmente são.
Se os sentidos revelam a variação e a multiplicidade, o pensamento revela o “ser das coisas”. Todas as coisas são entes, ou seja, todas possuem ser. Este é o fundamento de todas as coisas: o ser que as torna entes. Com essa descoberta, Parmênides criou a metafísica, ou mais precisamente a ontologia (estudo do ser enquanto ser). Após ter descoberto o ser por trás de todas as coisas, o filósofo Parmênides realiza uma busca intelectual pelas características, pelos atributos deste ser recém-descoberto. Valendo-se de um raciocínio lógico rigoroso, Parmênides identifica alguns atributos (características) do ser como unidade, eternidade, imutabilidade etc.
Aula do dia 26/04/10
- Origem da Filosofia
- Introdução aos filósofos pré - socráticos
Tales de Mileto inaugura uma nova atitude diante da realidade, uma nova abordagem em busca de compreensão e orientação. Nascia a Filosofia.
Introdução
No final do século VII e início do século VI a.C., Tales de Mileto inaugurava uma nova atitude diante da realidade, uma nova abordagem em busca de compreensão e orientação. Nascia a filosofia. Como todas as demais criações humanas, a filosofia possui uma história e ocorre na história. Com o passar do tempo, o ser humano se vê diante de novos problemas, descobertas, perspectivas etc. Por essa razão, a história da filosofia difere muito da história das ciências. O filósofo precisa sempre retornar ao início, à origem de tudo, à Grécia Antiga, e precisa percorrer todo o caminho que o levou até o momento presente para que aborde racionalmente uma situação nova dentro da longa “marcha do pensamento”. Sendo assim, é possível dividir a história da filosofia em períodos, em cada um deles os filósofos procuraram compreender a realidade, enfrentaram problemas que a sua época apresentava, buscando a verdade sem nunca possuí-la por completo, caminhando apenas parte do caminho, conscientes de que outros continuariam essa marcha.
A história da filosofia pode ser dividida nos seguintes períodos ou fases:
- Período Pré-Socrático (do final do século VII ao século V a.C.)
- Período Clássico (do século V ao século III a.C.)
- Período Helenístico (do final do século III a.C. ao século V d.C.)
- Filosofia Medieval (do século V ao século XV)
- Renascimento (séculos XV e XVI)
- Filosofia Moderna (do século XVI ao século XIX)
- Filosofia Contemporânea (do século XIX aos nossos dias)
O período pré-socrático - A busca pela raiz imutável (arqué)
Tradicionalmente chamamos de filósofos pré-socráticos àqueles pensadores anteriores a Sócrates (século IV a.C.). A rigor podemos observar que os últimos pré-socráticos não são anteriores a Sócrates, mas contemporâneos a ele. Muito mais do que a época em que viveram, é o tema sobre o qual se debruçam que determina o que é a filosofia pré-socrática, a primeira filosofia em sentido restrito.
Os primeiros filósofos se sentiram assombrados diante da realidade quando perceberam nela uma característica interessante: a variação, o movimento, as transformações constantes. Se as coisas mudam constantemente, o que são na verdade? Essa é a primeira pergunta filosófica. Quando se pergunta pelo que é determinada coisa, contar um mito não resolve o problema. Diante dessa pergunta, o homem grego do final do século VII e início do século VI a.C. se viu obrigado a desenvolver uma nova técnica de abordagem: a filosofia.
Tales de Mileto (623-556 a.C)
São atribuídas a Tales muitas descobertas no campo da geometria, como a demonstração de que os ângulos da base dos triângulos isósceles são iguais; de que todo diâmetro divide um círculo em duas partes iguais; a criação de um teorema segundo o qual se dois triângulos têm dois ângulos e um lado respectivamente iguais, então são iguais, etc.
Tales de Mileto morreu em Atenas, provavelmente, no ano de 556 a.C.
Para Tales, o princípio fundamental seria a água. Essa conclusão se firma no fato de que todos os seres vivos se nutrem de água e que a umidade, em maior ou menor grau, está presente em praticamente tudo. Tudo é água.
A água como elemento primordial de Tales não é a água como conhecemos; esta já seria uma derivação da “água primordial” enquanto arque.
Aula do dia 19/04
- Recolher tarefas de casa
- A Filosofia sofreu algum tipo de preconceito no decorrer da História? E o filósofo?
Sistematizando aulas anteriores
- Juízos intuitivos - Pontos de partida que ajudam a desenvolver um conceito mais elaborado. Ex. disso: o pré-conceito, que não é ainda um conhecimento definitivo mas que se for bem desenvolvido, pode tornar-se um conceito, ou seja, um conhecimento mais amplo.
Quando não desenvolvido o pré-conceito pode adquirir um caráter negativo - apartir de uma ideia não desenvolvida ou má elaborada é que surgem os preconceitos raciais, religiosos, sociais...
O que vamos fazer apartir de hoje nas aulas de filosofia?
Vamos procurar transformar nossos pré-conceitos em conceitos, ou seja, apartir de juízos intuitivos - nossa primeira noção de algo - vamos buscar um conhecimento mais amplo e completo, sobre o que é filosofia e acerca de questões filosóficas que marcaram e influenciaram a história do pensamento e que estão presentes no nosso dia a dia.
- Leitura de texto do caderno do aluno
Aula do dia 12/04
- Discussão acerca da correção da atividade anterior: Você saberia dizer o que é filosofia? E o filósofo, quem seria ele?
Apreendendo e diferenciando conceitos: Pré-conceito e Preconceito
- Após ouvir a música Quem planta preconceito, faremos uma discussão acerca da letra que contém conceitos filosóficos que estão presentes no nosso dia a dia - em nossa visão de mundo, mesmo que de modo inconsciente.
Tarefa de casa: Qual a diferença do termo Preconceito que aparece na música da banda Natiruts, para o Pré-conceito (juízo intuitivo) destacado no texto?
Texto para leitura complementar
“Maurício entrega flores e uma carta de amor a Bebel, dizem que Maurício ama Bebel”.
“Antonio diz que é um homem livre justificando tal conquista graças à democracia do seu país”.
“Mariana diz que o namorado acusa-a de ser muito subjetiva e pede que ela seja mais objetiva como ele”.
“Dizem que os seres humanos são seres sociais, políticos, seguem leis e normas de conduta, são racionais, possuem valores religiosos, artísticos, etc.”
São muitos os elementos que fazem parte do nosso cotidiano e que são silenciosamente aceitos como óbvios. Qualificamos e quantificamos as coisas. Mas e se ao invés de aceitar as coisas como dadas e prontas, como verdades ou mentiras, loucuras ou reais, boas ou más, etc., perguntássemos por que Maurício gosta de Bebel? O que faz alguém gostar de outra pessoa? O que é o amor? O que é democracia? Como e porque surgiu? O que é subjetividade e objetividade? É possível sermos objetivos? O que é ser racional? Por que acreditamos em valores? Como surgem os valores?…etc. – Indagações como estas afastariam o homem da vida cotidiana e das coisas tidas como óbvias para a reflexão, aproximando-o do que chamamos de adotar uma atitude filosófica.
Ao perguntarmos o que é Filosofia, Marilena Chauí (1995) nos responde que poderia ser a decisão de não aceitar as coisas como óbvias, as idéias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos; em síntese, Filosofia pode ser definida como a não aceitação dos elementos da existência humana sem antes investigá-los e compreende-los.
A atitude filosófica
A atitude filosófica possui duas características, uma negativa e outra positiva. A negativa é dizer não ao senso comum, ao que é pré-concebido no cotidiano e tido como verdades aceitas porque todo mundo diz e pensa. A positiva é a interrogação sobre os elementos do cotidiano e da existência: O que é? Por que é? Como é?
Juntas, essas duas características da atitude filosófica constituem o que os filósofos chamam de atitude crítica ou pensamento crítico. Atitude crítica pode ser compreendida como tomar distância do nosso mundo costumeiro olhando-o como se nunca tivéssemos visto antes.
Para que Filosofia?
Muito cultuada entre os gregos da Antiga Grécia, hoje é comum encontrarmos pessoas dizendo que Filosofia é uma inutilidade; que o filósofo é aquele que fica pensando e dizendo coisas que ninguém entende.
Todos querem ver a utilidade das Ciências em curto prazo. Os resultados cultuados como bons são aqueles que podem ser empíricos e imediatos. As ciências nesse mundo globalizante têm a pretensão de acreditar na existência da verdade, das técnicas e metodologias corretas e na tecnologia como status de racionalidade.
Perdem de vista que a Filosofia é a mais antiga de todas as Ciências. Todos os campos dos saberes têm sua gênese na Filosofia. A Ciência parte de questões já formuladas e respondidas pela Filosofia. Tais respostas encontradas não devem ser tidas enquanto verdades absolutas, mas como algo tido como uma representação válida para o fenômeno – do contrário cairia no senso comum das coisas tidas como óbvias.
Fora da Ciência, a Filosofia pode ser uma fonte de conhecimento que pode nos ensinar muito. Uma arte do bem-viver que questiona e traz respostas que podem nos servir para conviver em melhor harmonia e honestidade com outros seres humanos.
Reflexão Filosófica
Outro elemento da Filosofia é o movimento de volta sobre si mesmo (movimento dialético). O pensamento surge e interroga a si mesmo. Indagando como é possível o próprio pensamento. Este movimento de indagar a si próprio, é reconhecido na Filosofia como reflexão filosófica radical, que se organiza em três conjuntos de questões, descritos por Chauí (1995) como:
- Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? (motivos, causas e razões).
- O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? (conteúdo e sentido).
- Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? (intenção e finalidade).
Diferentemente da atitude filosófica que se dirige ao mundo que nos rodeia, indagando a essência, a significação e a origem de todas as coisas, a reflexão filosófica aponta seu pensamento aos seres humanos no ato da reflexão, perguntando sobre a capacidade e finalidade humana para agir e conhecer.
Filosofia é diferente de “filosofias”
Retomando a arte do bem-viver atribuída à Filosofia, podemos dizer que existem várias “filosofias”: a filosofia hindu, budista, religiosa, chinesa, etc. Tais filosofias, também perguntam o quê, o como e o por quê. Além de possuir uma reflexão, embora não seja a radical. – Então, o que distancia a Filosofia das “filosofias”?
As outras filosofias têm por trás uma entidade – ou entidades – que guia o homem e que dá significado e gênese as coisas. Tomando por exemplo o Cristianismo, verificamos que eles também estão em busca de uma compreensão do Universo, no entanto, se faz pela fé e na confiança em uma sabedoria divina inquestionável; ao contrário da Filosofia que é sistemática e busca as respostas através do esforço racional. Buscando um encadeamento lógico com exigência de fundamentação e, fundamentalmente, o movimento de questionar as próprias idéias.
Portanto, reservamos o termo Filosofia para um método próprio de pensamento pautado no racionalismo; o confucionismo, o Yin e o Yang, o mantra, as auras piramidais entre outras, são erroneamente chamadas de “filosofias”, cabendo a elas o termo “sabedoria”.
Epílogo
Acreditamos que o breve exposto não é o suficiente para atribuir utilidade à Filosofia em um momento histórico onde ela é sinônimo de inutilidade. Mas o que é útil? – Se tomarmos o senso comum no pós-modernismo, verificamos que o útil é o que traz riqueza e prestígio.
Filosofia não é uma ciência, não é história, não é política, não é arte, não é psicologia e nem sociologia; é uma reflexão crítica das ciências, dos acontecimentos no espaço e no tempo, das origens e natureza das formas de poder, dos sentidos e significados artísticos, dos conceitos e metodologias da psicologia, da sociologia e de todas as ciências. Filosofia é o conhecimento do conhecimento, situada em vários momentos históricos da humanidade.
Para Nietzsche é uma forma libertária do ser, superando os calabouços dos valores até então construídos. Para Schopenhauer, é uma forma de superação da dor e sofrimento da existência. Para Marx a filosofia deveria transformar o mundo trazendo justiça e felicidade para os seres humanos, em detrimento da filosofia que busca apenas conhecer o mundo. E no berço filosófico, encontramos Platão que definia a Filosofia como um saber verdadeiro para ser usado em benefício aos seres humanos.
Entre tantos significados e interpretações filosóficas diferentes, o útil da Filosofia está em abandonar os preconceitos e crenças impregnados no senso comum e nas formas ideológicas que definem os elementos da vida e do mundo a favor de uns em detrimento dos outros.
Referência Bibliográfica:
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 5ª ed. São Paulo: Ática, 1996.
Aula do dia 26/02/10
Trabalhando com Juízos Intuitivos
Conceitos e pré-conceitos acerca da Filosofia
O estudo da filosofia envolve muitos conceitos. Conceitos são idéias desenvolvidas ou elaboradas a respeito de um assunto. Exigem de nós análise, reflexão e síntese. Antes de chegar ao conceito de alguma coisa, porém, formamos sobre ela um pré-conceito.
O pré-conceito é uma idéia ainda não elaborada, um pouco vaga, por assim dizer, “de ouvir falar”. É uma primeira noção de algo. É por isso que muitos pré-conceitos têm sentido negativo: são parciais, incompletos, tomam a parte pelo todo. É o caso dos preconceitos (pré-conceitos) raciais, sexuais, religiosos, políticos. O pré-conceito não é ainda um conhecimento definitivo, mas é um ponto de partida e, se bem desenvolvido, pode tornar-se um conceito, ou seja, um conhecimento mais amplo e completo.
Os juízos intuitivos são pré-conceitos nesse sentido. São pontos de partida que ajudam a desenvolver um conceito mais elaborado. O preconceito só se torna negativo quando nos restringimos a ele, sem desenvolvê-lo. Aí ele nos limita, ou seja, nos impede de ver as coisas de outra maneira.
Para chegar a um conceito em filosofia, portanto, precisamos começar com os pré-conceitos e desenvolvê-los. Essa é uma das tarefas da filosofia. Uma boa maneira de identificar esses pré-conceitos é perguntar: por que tenho de estudar essa matéria? O que se pretende com isso? Que utilidade ela vai ter na minha vida? A existência da filosofia faz alguma diferença no mundo?
É bem verdade que você pode fazer essas perguntas com relação a qualquer outra disciplina, mas é a filosofia que propõe esse tipo de questionamento. E é junto com você que ela pretende investigar as respostas.
(SÁTIRO Angélica;Pensando melhor. Saraiva,São Paulo:2003)
Viaje pelos caminhos do seu pensamento. Traga suas ideias na bagagem.
- Você saberia dizer o que é filosofia?
- E o filósofo, quem seria ele?
- Você tem ideia do que significa o verbo filosofar?
- Que outras perguntas lhe vêm à cabeça quando você pensa em filosofia?
- Que tipo de coisa você imagina aprender nas aulas de filosofia?












